Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 14 de março de 2011

CPI DO TRÁFICO DE ARMAS - CPI QUER LISTA DE INVESTIGADOS

Fernanda Porto @alerj

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investigará o trafico de armas, explosivos e munições no estado foi instalada nesta segunda-feira (14/03). O grupo elegeu para a presidência o deputado Marcelo Freixo (PSol) e escolheu o deputado Wagner Montes (PDT) para a relatoria dos trabalhos. Os dois são os autores do requerimento que deu origem ao grupo de investigação. Zaqueu Teixeira (PT) foi eleito vice-presidente. Os parlamentares aprovaram ainda as cinco primeiras iniciativas da CPI. Dentre elas, destaca-se a solicitação de listas às Forças Armadas, polícias Federal, Civil, Militar, Corpo de Bombeiros e ao Sistema Penitenciário com os nomes dos investigados administrativamente por tráfico de armas nos últimos dez anos. As listas deverão conter as armas apreendidas e a situação judicial e administrativa de cada caso. “Para não sujarmos o nome de pessoas inocentes”, salientou Montes. Os parlamentares também aprovaram a oitiva do especialista em armas da ONG Viva Rio, o sociólogo Antônio Rangel Bandeira. “Será um depoimento de caráter pedagógico, fundamental para nossa maior compreensão sobre a situação”, explica Freixo.

Rangel vai expor seus estudos sobre o tema e fornecer à CPI dados de pesquisas mais recentes já na próxima segunda-feira (21/03), quando o grupo fará sua primeira reunião, às 15h, na sala 311. Neste dia, os demais membros também levarão nomes de outras pessoas que poderão ser ouvidas. Foi sugerido que representantes dos comerciantes e da indústria das armas também sejam chamados a fazer exposições. O grupo, do qual fazem parte ainda os deputados Flávio Bolsonaro (PP) e Luiz Paulo (PSDB), também aprovou o envio de ofício à secretaria estadual de Segurança Pública pedindo a relação de armamentos apreendidos na operação realizada em novembro no Complexo do Alemão. E a solicitação, à Polícia Civil, dos nomes dos dois agentes envolvidos no sumiço dos fuzis doados à corporação pela Marinha e que foram parar nas mãos de traficantes de drogas na mesma comunidade.

Os parlamentares aprovaram, por fim, a convocação de todos os acusados de envolvimento com o tráfico de armas da Operação Guilhotina. “Vamos pedir as listagens de todas as forças dos últimos dez anos e também a relação dos investigados pela Operação Guilhotina. Só nos interessam os casos de tráfico de armas, então todos que estiverem sendo investigados pela polícia também o serão por nós. Uma CPI é uma investigação política, ela se difere de uma investigação policial. Mas o ideal é que uma se some à outra”, argumentou Freixo, que espera desempenhar um trabalho de cooperação com as forças armadas, polícias e com a Secretaria de Segurança Pública. “Assim, saberemos traçar um diagnóstico, entenderemos o mecanismo desse mercado, quem traz, quem lucra e, assim, teremos condições de propor ações de combate a este crime”, adianta.


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