Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

DESABAMENTO DO RIO - Associação de vítimas quer responsabilizar prefeitura por desabamentos

Associação de vítimas quer responsabilizar prefeitura por desabamentos
Para eles, anos de omissão de fiscalização permitiram a ocorrência das irregularidades que causaram a tragédia
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Parentes e amigos das vítimas participam de missa de sétimo dia na catedral metropolitana
Foto: Rafael Andrade / O Globo
Parentes e amigos das vítimas participam de missa de sétimo dia na catedral metropolitana
Rafael Andrade / O Globo
RIO - O advogado Octávio Blatter, representante da recém-criada associação de vitimas do desabamento dos três prédios na Rua Treze de Maio, no Centro do Rio, defendeu a inclusão da Prefeitura do Rio no rol de réus das ações de indenização. Segundo ele, anos de omissão da fiscalização permitiram a ocorrência de inúmeras irregularidades que provocaram a tragédia. A associação já entrou na 5ª Vara de Fazenda Publica com ação cautelar para obrigar a prefeitura a garantir a guarda dos objetos que foram recuperados. Segundo ele, Não houve cuidado com os objetos, documentos, e até mesmo restos mortais das vítimas.
A associação está reunida na Casa do Advogado, no Centro. Durante a reunião, o dentista Antônio Molinaro reclamou da falta de apoio das autoridades:
- Se fôssemos escola de samba já teríamos recebido um milhão do prefeito.
Também na tarde desta quinta-feira, a Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) informou que já obteve autorização da Defesa Civil para restabelecer o fornecimento de gás para as ruas localizadas próximas aos três prédios que desabaram. Técnicos da CEG trabalham no local, e o fornecimento de gás deve ser totalmente normalizado na sexta-feira. Ainda de acordo com a CEG, o fornecimento de gás, no entanto, continua interrompido por medida de segurança no lado para da Avenida Treze de Maio, na Rua Manuel de Carvalho, entre a Avenida Treze da maio e Rua Vieira Fazenda; e no ramal do Número 6 da Avenida Almirante Barroso.
Mais cedo, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, realizou uma missa na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro em homenagem às vítimas. Cerca de 150 pessoas, entre elas membros de sete famílias de vítimas, estiveram presentes. Ainda há um corpo e doze partes de corpos no Instituto Médico Legal aguardando identificação. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, parentes de cinco desaparecidos vão se submeter a teste de DNA para tentar identificar os restos mortais.
A cerimônia na catedral foi marcada por muita emoção. Jorge Vasconcelos, de 78 anos, pai do funcionário da TO Tecnologia Organizacional Luís Leandro Vasconcelos, de 40 anos, estava entre os parentes que foram à missa.
- Não sei o que fazer da vida. Ainda estou desorientado - disse Jorge.
Luis era casado, deixou três filhos e trabalhava há três meses na TO.
A filha do zelador Cornélio Ribeiro Lopes, Sandra Maria Ribeiro, disse que o pai faria 73 anos nesta quinta-feira.
- A gente precisa se reunir e tentar ver o que vai sair. Alguma coisa tem que ser feita. Precisamos manter a fé e a esperança - disse Sandra. - Ele era um homem muito bom, alegre e ia voltar para sua terra no Ceará.
Eunice dos Santos Cabral, mulher do funcionário da TO Celso Renato Braga Cabral, contou que o marido tinha pedido demissão e sairia da firma um dia depois da tragédia.
O comandante da Guarda Municipal, coronel Lima Castro, que também esteve na missa, disse que, depois de reunião com a associação das vítimas, a prefeitura decidiu disponibilizar um contâiner com banheiro junto aos destroços da Rodovia Washington Luiz. Os parentes e funcionários de salas dos edificios que desabaram deverão se cadastrar na Policia Civil para poder acompanhar de perto o trabalho dos bombeiros.

Tremor causa pânico na tarde de quarta-feira
Algumas pessoas que estavam no Edifício Octávio Noval, localizado na Avenida Almirante Barroso 22, desceram das salas onde estavam por volta das 17h30m de quarta-feira após sentirem uma vibração no prédio. A construção fica aos fundos dos prédios que desabaram na Rua Treze de Maio, no Centro do Rio. No início da noite de quarta-feira, um técnico da Defesa Civil estava no térreo do prédio, informando aos condôminos que a vibração é normal, provocada pelas máquinas que estão revirando os destroços. O funcionário informou ainda que não há risco de a estrutura do condomínio ser afetada.
Ainda na região da tragédia, funcionários do Edifício Capital, na Rua Almirante Barroso, receberam autorização na quarta-feira para buscar seus pertences nos escritórios que estavam interditados. Homens da prefeitura orientam as pessoas a pegarem os objetos mais importantes, num prazo de dez minutos. O prédio ficará aberto aos funcionários sempre das 18h às 20h.

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