Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 11 de junho de 2012

DÓLAR - Banco Central não segura dólar e moeda atinge R$ 2,057 #Economia


Resgate espanhol não convenceu investidores e Bovespa fechou em queda de 0,79%


RIO — O Banco Central não conseguiu segurar a valorização do dólar ante o real nesta sexta-feira. A moeda americana engatou forte alta depois que desapareceu o alívio nos mercados, brevemente recuperado com a formalização do pedido da Espanha de € 100 bilhões à União Europeia para resgatar bancos descapitalizados. O anúncio não amenizou as preocupações dos investidores por muito tempo e voltou a crescer a aversão ao risco. O dólar subiu 1,73%, a R$ 2,057 para venda, mesmo depois da venda de US$ 400 milhões em leilão de swap cambial pelo BC (operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro). Foi oferecido R$ 1 bilhão. Essa é a maior cotação desde 22 de maio deste ano, quando a divisa encerrou a R$ 2,080.

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— A oferta foi menor do que nos últimos dias e não foi suficiente para acalmar os investidores. Apesar da ajuda à Espanha, o mercado continua reticente. Quando aumenta a aversão ao risco, o dólar sobe — diz o gerente da mesa de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O Ibovespa, referência do mercado brasileiro, chegou a subir 1,78% na máxima do dia, mas terminou em queda de 0,79%, aos 54.001 pontos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou a alta inicial das bolsas internacionais, mas terminou em queda em meio às dúvidas dos investidores sobre as condições que serão exigidas da Espanha para efetivar o empréstimo de € 100 bilhões ao país, o quarto pacote de resgate a um país europeu.

— As bolsas abriram em alta, mas perderam força, porque o cenário ainda é complicado — resume Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW corretora.

— Tem muita gente cética com relação ao pacote e é uma notícia que já tinha sido antecipada

— acrescentou Hersz Ferman, gestor da Yield Capital.

As ações preferenciais da TAM (PN, sem direito a voto) chegaram a liderar as perdas do dia, com tombo de 10,97%, mas terminaram em queda de 2,10%, a R$ 41,51. Houve perda acentuada porque nesta segunda-feira terminou o leilão da oferta pública de permuta de ações (OPA) da TAM, que vai acabar com as ações da empresa na Bovespa e trocar cada papel por 0,9 recibo (BDR) de Latam, resultante da fusão com a chilena LAN. Para analistas, as vendas foram intensificadas, porque alguns acionistas não tinham interesse em permanecer no papel.

— Setor de aviação comercial já não está essa maravilha e é uma empresa que vai ter gestão mista e ninguém consegue garantir que sinergias vão ocorrer realmente — diz Galdi.

Entre as ações mais negociadas, preferenciais da Petrobras recuaram 2,60%, a R$ 18,39, ordinárias da OGX Petróleo perderam 7,40%, a R$ 9,39, e preferenciais da Vale retrocederam 1,18%, a R$ 36,89.

Em Wall Street, as bolsas chegaram a abrir em alta, mas inverteram também para queda. Dow Jones recuou 1,14%, S&P 500 perdeu 1,26% e Nasdaq desvalorizou 1,70%.

Dados positivos da economia da China e da França chegaram a animar os investidores. Na França, a produção industrial cresceu 1,5% em abril, enquanto economistas previam uma queda de 0,1% em relação ao mês anterior.

Na China, exportações e importações cresceram o dobro do previsto por economistas e a inflação desacelerou, o que indica que o Banco Central do país ainda tem espaço para reduzir mais os juros para aquecer a economia. As vendas de mercadorias chinesas para outros países aumentaram 15,3% no mês passado em relação ao mesmo período do ano anterior, mais que o dobro da taxa prevista, para US$ 181,1 bilhões. Em abril, tinham aumentado somente 4,9% na mesma base de comparação. Enquanto isso, as importações subiram 12,7% em um ano, para US$ 162,4 bilhões em maio, bem mais do que a alta de 0,3% registrada em abril. Isso resultou em um superávit de US$ 18,7 bilhões.

Por outro lado, contribuiu negativamente, especialmente na Itália, a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB, total de bens e serviços produzidos) italiano caiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior do ano passado. Foi a queda mais forte desde o início de 2009, e o terceiro trimestre seguido de retração da economia.

As bolsas europeias ensaiaram forte valorização, mas fecharam em queda, com exceção da Alemanha. O Ibex 35, da Bolsa de Madri, recuou 0,54%, depois de subir 5,93% na euforia inicial com o pacote. Em Milão, o FTSE MIB perdeu 2,79%, desempenho piorado pelo resultado negativo do PIB. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,17%. Em Paris, o CAC 40 retrocedeu 0,29%. Em Londres, o FTSE 100 teve pequena perda de 0,05%.

Apenas as bolsas asiáticas tiveram total proveito do ânimo inicial dos mercados com o pacote espanhol. O Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em forte alta, de 1,96%. O Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, também avançou bastante: 2,44%. O índice de Xangai ganhou 1,1% na Bolsa da China.

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