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quarta-feira, 18 de julho de 2012

FIM DO IASERJ - Servidores do Iaserj protestam contra a desativação do Hospital, no Rio


Segundo médica, remoção de equipamentos foi arbitrária.
Paciente de cardiologia não consegue marcar consulta desde março.

Do G1 RJ

Servidores e ex-pacientes manifestam contra a desativação do hospital, nesta quarta (18) (Foto: G1 / Guilherme Brito )

Médicos, servidores e ex-pacientes do Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio) se reuniram, na tarde desta quarta-feira (18), em frente ao edifício da Justiça Federal, no Centro do Rio de Janeiro. O objetivo deles é acompanhar o julgamento da ação que pede o restabelecimento das atividades do Hospital Central do Iaserj, que teve seus pacientes removidos no último sábado (14).

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A ação, movida pelo Defensor Público da União, André Ordacgy, solicita, em caráter liminar, o restabelecimento das atividades do Iaserj até que o Governo do Estado, por meio de outras unidades, ofereça à população os mesmos atendimentos disponibilizados pelo hospital.

Entre os serviços estão os cerca de 10 mil atendimentos ambulatoriais mensais, criação de 400 leitos e outros serviços prestados pelo Hospital do Iaserj à população. Enquanto isso não acontecer, a unidade tem de continuar funcionando. "Questionamos, com a ação, as medidas tomadas pelo governo do estado contra uma autarquia estadual como o Iaserj", disse o defensor.

A remoção e desativação foi iniciativa do Governo do Estado que cedeu, em 2008, o espaço do hospital para o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No local deve ser construído um centro de tratamento e pesquisa do câncer.

Entre os manifestantes o clima foi de revolta e insatisfação com as medidas tomadas pelo poder público. A médica neurologista Maria Antonieta de Castro, que atendia no hospital havia 35 anos, contou que desde 2008 os funcionários brigam na Justiça para que as instalações do hospital não sejam cedidas para o Inca.

Depois de sucessivas ordens de implosão, cessão do espaço e desocupação, o hospital foi desocupado, segundo ela, de forma arbitrária. “A remoção dos pacientes foi um horror. Cerca de 50 pessoas, entre elas policiais, chegaram sem identificação e invadiram o hospital como se a gente fosse bandido. Arrancaram os pacientes da cama e levavam para uma ambulância que a gente nem sabia para onde estava indo. Os supostos médicos botaram um adesivo para tapar a identificação, assim como os policiais. Por isso, para mim, eles são uns terroristas e assaltantes”, desabafou a médica.

Equipamentos quebrados durante a remoção
Ainda segundo a médica, a explicação da equipe que executava a remoção era de que havia uma autorização judicial para que os pacientes fossem removidos de qualquer jeito, mesmo que fosse necessário usar a força. “Foi um clima de terror, todo mundo começou a correr e gritar. Para tirar os pacientes, eles danificaram vários materiais. Camas de controle de remoto que eles não sabiam manipular foram quebradas”.

Maria Antonieta disse que além da confusão, a falta de informação prejudicou os parentes dos pacientes, que não sabiam nada sobre a retirada. “Eles foram registrar queixa na delegacia, pois não sabiam para onde os pacientes tinham sido levados. Tudo foi comandado por um homem que se dizia coronel que não quis se identificar. Ele disse que cumpria ordens. Eles arrombaram portas de salas de tratamento de hepatite.”

A neurologista disse que tentou negociar com a PM, pedindo um ofício para que os equipamentos fossem retirados. Segundo ela, houve uma promessa por parte da polícia de que eles não iriam retirar os equipamentos e sim devolvê-los aos lugares de origem. Mas, segundo Maria Antonieta, os equipamentos ficaram largados no chão do hospital. "A gente deu uma queixa na 5ª DP a respeito da depredação dos equipamentos e eles ficaram de periciar a veracidade dos fatos hoje", afirmou a médica.

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